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Ônibus escolares poderão ter campanha permanente contra pedofilia e bullying

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Proposta do vereador Marcio Brianes é utilizar os veículos do transporte escolar para divulgar campanhas de orientação a crianças, adolescentes e profissionais

 

Os ônibus escolares de Sumaré poderão ser um aliado no combate à pedofilia e ao bullying infantil. Essa é a intenção do vereador Marcio Brianes (PCdoB), que criou um Projeto de Lei que institui, de forma permanente, uma campanha de combate à pedofilia e ao bullying no transporte escolar no município. O objetivo é conscientizar os estudantes e profissionais envolvidos nesta atividade, bem como a sociedade em geral.

O PL nº 350/2019 autoriza o Executivo a firmar convênios com instituições públicas e privadas para participar da campanha, inclusive com fornecimento de material gráfico e de profissionais capacitados nesta temática. O material gráfico utilizado na parte externa e interna dos veículos não poderá comprometer a segurança do trânsito, devendo respeitar a legislação vigente.

Para sustentar a proposta, Brianes cita dados da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente apontando que cerca de 500 mil crianças e adolescentes foram explorados sexualmente no Brasil entre 2012 e 2015. A maioria das vítimas tinha de 7 a 14 anos. Ainda se estima que 320 crianças sejam exploradas em todo o país a cada 24 horas. Além disso, apenas sete em cada cem casos são denunciados. Só nas rodovias federais, há pelo menos dois mil pontos de exploração sexual de meninos e meninas.

“Abusar sexualmente de uma criança é roubar a infância dela. Entre as consequências, se ela não for submetida a um tratamento pós-trauma, ela pode se tornar uma criança sensualizada e, na idade adulta, essa pessoa pode ter problemas de relacionamento afetivo, marcas de mutilação e, quando for pai ou mãe, desvio de comportamento e até cometer suicídio”, alerta o vereador.

Já sobre o bullying, Brianes esclarece que se trata de uma intimidação sistemática, evidenciando ataques físicos, insultos pessoais, comentários negativos frequentes e apelidos pejorativos. Pode ser praticado de forma verbal, moral, social, psicológica e virtual. “Além da baixa autoestima, as crianças vítimas de bullying também têm problemas de insegurança, pouca capacidade de lidar com frustrações, ansiedade, irritabilidade, falta de autocontrole, comportamento de isolamento e níveis elevados de ansiedade”, ressalta o parlamentar.

Pesquisa realizada pelas Nações Unidas em 2016 com 100 mil crianças e jovens de 18 países mostrou que, em média, metade deles sofreu algum tipo de bullying por razões como aparência física, gênero, orientação sexual, etnia ou país de origem. No Brasil, esse percentual é de 43%. Os números constam no relatório “Ponto fim à tormenta: combatendo o bullying do jardim de infância ao ciberespaço”, realizado pelo representante do secretário-geral da ONU para o combate à violência contra a criança e pelo Unicef.




Publicado em: 21 de fevereiro de 2020