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Moção de repúdio contra secretário estadual de educação é apresentada em Sumaré

Moção de repúdio contra secretário estadual de educação é apresentada em Sumaré
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Após declarações do secretário estadual de educação do Estado de São Paulo, João Cury Neto, sobre entregar uma quantia em dinheiro aos alunos para que estes sejam responsáveis pelo transporte escolar e merenda, o vereador Willian Souza (PT) apresentou moção de repúdio nesta terça-feira (15/05) durante a 15ª sessão ordinária do ano.

“Ele (o secretário estadual de educação) quer passar a responsabilidade dele para o pai e para a mãe de família. Isso tem cheiro é de fraude. Como é que eu, gestor público, que fui eleito para cuidar do dinheiro público, para administrar a coisa pública, tenho coragem de dizer que vou depositar na conta do estudante de 6 anos de idade, 7 anos, para ele pegar um transporte coletivo. Imagine o tanto de pessoas pegando o metrô lotado, sendo esmagado. Imaginem as crianças de Sumaré que utilizam o transporte tendo que pegar essas carroças da Ouro Verde, esses ônibus caindo aos pedaços, que não cumprem horário e que o próprio motorista tem que cobrar passagem, que o próprio motorista tem que cuidar de tudo?”, disse Willian indignado.

O vereador explicou que, segundo a ideia do secretário recém nomeado pelo governador Márcio França, cada estudante matriculado pelo Estado receberia um valor ente R$ 200 e R$ 300 e arcaria com todas as responsabilidades com o transporte escolar e alimentação na escola, podendo usar o dinheiro para combustível, passagem no transporte público, ou mesmo para comprar uma coxinha, um lanche e até mesmo pagar qualquer despesa da família.

“As declarações comprovam o desapego e a insensibilidade do Governo do Estado com a educação pública e a vida pedagógica dos 3,7 milhões de estudantes matriculados na rede estadual. De acordo com dados da própria Secretaria de Educação, o custo com a merenda representa aproximadamente R$ 800 milhões aos cofres públicos, por ano, enquanto o transporte escolar, utilizado por 345 mil estudantes que residem mais de 2 quilômetros da escola, consome anualmente cerca de R$ 1 bilhão”, declarou Willian.

Para o parlamentar, a medida certamente prejudicaria os alunos de famílias mais pobres que utilizariam o dinheiro para outros fins, deixando os estudantes em situação de vulnerabilidade, pois teriam que fazer todo o trajeto a pé e, durante os intervalos, jejuar ou fazer refeições sem o devido cuidado nutricional.

O vereador Dudu Lima (PPS) também comentou a favor da moção de apelo contra o secretário. “Parece-me que o novo secretário de educação acha que a escola pública, onde hoje ele comanda, é igual as escolinhas particulares onde ele põe os filhos dele, onde ele consegue bancar uma van pro filho, onde não se fornece alimentação, todo mundo que quiser almoçar tem que pagar. Parece que ele só conhece essa realidade. Ele tá precisando ir pra dentro de uma escola estadual, dar umas voltinhas na escola que ele comanda para ver como que está a situação”, disse.

“A gente vê um secretário de educação que quer garantir dinheiro na conta das pessoas para que as crianças comam doritos, salgadinho e pipoquinha, não se preocupando com a nutrição. A criança e o adolescente têm que ter o seu direito garantido de educação de qualidade, pois quem mais precisa é a criança da periferia, é a criança pobre. Propondo isso ele quer tirar comida da boca da criança. A gente vê um Secretário de educação retroagindo os direitos de cada cidadão desse Estado de São Paulo e Educação não é mercadoria”, diz Willian.

O parlamentar encerra o discurso relatando que em Sumaré o prefeito Luiz Alfredo fez um convênio com o assentamento para oferecer uma agricultura familiar decente, que os trabalhadores rurais vão fornecer para merenda escolar. “Um alimento sem agrotóxico, que tá aprovado nutricionalmente, para incrementar a qualidade da merenda escolar. Ô governador, aprende, é assim que faz os municípios, é fermentando a agricultura familiar sem agrotóxico, é incrementando porque o trabalhador rural vai gerar renda, vai plantar mais. Nós vamos fazer com que as roças, áreas rurais do nosso Estado de São Paulo, gere mais, mais trabalhador rural, mais qualidade, e a nossa criança vai comer de uma agricultura familiar de qualidade, prefeito Luiz Dalben deu uma lição nessa atitude”, revelou. “E parabenizo Vossa Excelência vereador Ulisses que lutou por isso e também toda cooperativa dos assentados que é um trabalho fantástico”.




Publicado em: 17 de maio de 2018