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Moradores reclamam que após crescimento populacional, transporte não acompanhou demanda

Moradores reclamam que após crescimento populacional, transporte não acompanhou demanda
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Após o crescimento populacional da região do Matão, iniciado em 2013 com a entrega das unidades residenciais de programas habitacionais do governo federal, não houve nenhuma inclusão de ônibus para atender toda essa demanda e essa é a maior indignação da população local que sofre com poucos ônibus, superlotação, desrespeito a idosos e cadeirantes, entre outros.
As reclamações foram ditas pelos próprios moradores durante Audiência Pública realizada na noite desta quinta-feira, 23, na EMEF Profª Nilza Thomazini, pela CEI (Comissão Especial de Inquérito) do Transporte.
Edileuza contou que mora há 17 anos no bairro e que o problema do transporte aumentou depois que retiraram de circulação as “peruas”. “Tiraram as peruas dizendo que os ônibus iam melhorar e não melhorou nada. Com o passar do tempo, só foi aumentando o número de habitantes e ônibus não aumentou nada. Nós não temos ônibus no Matão. Precisa trazer mais ônibus”, declarou.
Verissimo Silvério Júnior também denunciou o descaso. “Quando retiraram as peruas, prometeu-se muita coisa que não foi cumprida. Para quem trabalha, ter que esperar duas horas por uma condução é desumano. O Matão cresceu demais, mas as linhas continuam do mesmo jeito e os horários também. Temos uma única empresa q presta serviço para a população e não presta o serviço do jeito que deveria ser prestado”, comentou.
Maria Iraneide da silva trabalha no posto de saúde próximo de sua casa e não faz uso diário do transporte público, mas quando quer ir visitar o irmão diz passar horas esperando um ônibus. “Quando tiraram as peruas disseram que íamos ter ônibus de 15 em 15 minutos. Aqui em final de semana é de duas em duas horas, esse foi o tempo que fiquei esperando um ônibus para visitar meu irmão no feriado de finados. Além disso, a passagem é muito cara. Estou indignada com esse transporte”, comentou.
Sabrina Tainan da Costa denuncia o atraso frequente nos horários dos ônibus. “Nunca passa no horário. De fim de semana chega a demorar quatro ou cinco horas. É desumano. Para ir a um posto de saúde ou para UPA Macarenko a pessoa que está doente precisa enfrentar um ônibus lotado”, comentou.
Marisol relatou na audiência que viu um senhor acenando para o ônibus parar e o motorista não parou. “Coloquei o senhor no meu carro e corri atrás do ônibus. Quando alcancei, fiz sinal mas o motorista não parou. Isso é um absurdo. Trabalho no ambulatório de especialidades e muitos idosos perdem a consulta porque chegam atrasados. Falo para chegarem mais cedo, mas eles dizem que só se dormirem no ponto”, disse indignada.
A moradora Nilza Maurício reclama que os motoristas não são qualificados para a função. “Muitos maltratam os idosos e deficientes cadeirantes. Já presenciei várias vezes. Além disso, não respeitam a velocidade e regras de trânsito. Há muito tempo um ônibus não conseguiu parar a tempo porque estava em alta velocidade e um adolescente morreu atropelado no bairro Jardim Fantinati”, contou.
Maria dos Reis Santos também reclama do novo sistema de trabalho da empresa, no qual o motorista acumula dupla função e atua como cobrador. “Hoje temos um motorista que cobra e dependendo da nota que entregamos eles são mal educados e pedem para esperar. Esperamos em pé perto da porta mesmo quando está lotado porque ele não quer cobrar. Às vezes nem esperam todos entrarem e arrancam com o veículo”, comentou.
A CEI do Transporte foi proposta para que o contrato entre a empresa Ouro Verde/Rápido Luxo Campinas fosse investigado e se for constatado o descumprimento, o Ministério Público e a prefeitura de Sumaré serão informados.
O presidente da Comissão, vereador Ronaldo Mendes (PSDB) criticou o novo sistema que prevê a extinção gradativa do cobrador e declaro oficialmente a convocação do proprietário da empresa para prestar esclarecimentos na Câmara Municipal dia 07 (sete) de dezembro às 18 horas, bem como o gerente e o presidente do sindicato dos condutores de Americana e região.
O vereador Hélio Silva (PPS) disse que a CEI vai relatar tudo o que foi dito nas reuniões. O vereador Rubens Champam (PSDB) é o relator da Comissão e lembrou da importância de todos os relatos que farão parte do relatório final e serão encaminhados ao Ministério Público.
“Estamos vendo as necessidades da população em relação ao transporte público. Do atendimento ao idoso. Do atendimento ao cadeirante. Do itinerário. Da frota. E de tudo o mais. O nosso objetivo é fazer com que se cumpra o contrato. Estamos fazendo nosso trabalho”, disse.
Ronaldo agradeceu a presença maciça da população na última audiência pública da CEI do Transporte e a mais lotada. “Esta CEI vai até o fim. A princípio não queremos tirar ninguém. Queremos humanidade e, principalmente, não estamos pedindo nada de graça porque a população de Sumaré está pagando. Queremos um serviço digno e correto conforme prevê o contrato”, finalizou.
A CEI foi instalada oficialmente no dia 24 de março de 2017 e é formada pelo vereador Ronaldo Mendes (PSDB) como presidente, Rubens Champam (PSDB) como relator e os membros Hélio Silva (PPS), Dr. Sérgio Rosa (PDT) e Edgardo Cabral (PRB).
 




Publicado em: 28 de novembro de 2017