Notícias

Notícias da Câmara



Novos projetos de lei surgirão após debate sobre LGBT em Audiência Pública

Novos projetos de lei surgirão após debate sobre LGBT em Audiência Pública
Visualize fotos

No mês em comemoração ao Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Trans), novas ideias para projetos de lei em defesa dos direitos humanos da comunidade foram apresentadas e debatidas durante Audiência Pública realizada pela Comissão de Assuntos Relevantes na Câmara Municipal de Sumaré. Além das propostas do Legislativo, o secretário de saúde Carlos Eduardo, informou que todos os funcionários estão orientandos a chamar o paciente pelo nome social.
Na audiência pública foram propostos a criação de uma cartilha de orientação sobre os direitos da comunidade LGBT; a criação de um projeto de lei para criar a semana em comemoração à comunidade LGBT; o estudo de uma proposta que trate sobre a doação de sangue por homossexuais e; outras demandas também serão discutidas.
“Como presidente desta Comissão, quero agradecer aos vereadores que a compõe, ao secretário municipal de Saúde, Carlos Eduardo Vicente, e a cada pessoa que esteve presente ao encontro, abrilhantando ainda mais audiências de tamanha relevância como essa”, disse o vereador Willian Souza. “Nosso mandato esta à disposição para servir como ponto de apoio à luta da comunidade LGBT, e espera levar para a Câmara as pautas reivindicadas pelo movimento”, completou.
Na reunião estiveram presentes representantes de entidades, conselhos, sociedade civil e cidadãos, apresentando suas experiências e entendimentos sobre soluções para situações que constrangem os direitos humanos.
Os palestrantes foram Paulo Tavares Mariante e Jéssica Milaré, militantes da causa LGBT. Eles trouxeram dados e informações sobre a comunidade LGBT que precisam ser abordados e discutidos.
Paulo é coordenador de Direitos Humanos da Associação da Parada do Orgulho LGBT-Campinas, militante do Movimento LGBT Campinas, coordenador de direitos humanos do grupo Identidade e integrante da Comissão Nacional da Diversidade Sexual-Campinas.
Jéssica é doutoranda em Matemática, componente do Coletivo Trans Tornar, colunista da Esquerda On-line e uma das organizadoras da Parada LGBT Campinas. “Um grande problema que temos quando se trata da comunidade LGBT é a falta de dados. Em poucos conhecidos, sabemos que 40% da população vive em um mundo onde ser homossexual é crime. Graças a Deus o Brasil deixou esse crime com o fim da ditadura. Mesmo assim, ainda são muitas portas fechadas”, comentou.
A VEZ DO PÚBLICO E REPRESENTANTIVIDADES
Flávia Alessandra é travesti e está desempregada há três anos. “Infelizmente a nossa cidade nos joga para a prostituição. Onde eu chego a procura de emprego, recebo um não na cara. Todas queremos sair da Sete de Setembro. Mas se sairmos para onde vamos?”, disse.
O radialista Foga critica o pensamento da sociedade sumareense. “É uma cidade machista e conservadora. Esse tema LGBT precisa ser discutido e os vereadores estão de parabéns”, disse.
O cidadão Igor Santos usou a palavra para falar sobre o preconceito na doação de sangue. No Brasil, a restrição está expressa na portaria 158/2016, do Ministério da Saúde, e na Resolução 43/2014, da Anvisa, as quais incluem na lista de 12 meses sem poder doar tanto os “homens que tiveram relações sexuais com outros homens”, como as “parceiras sexuais” desses. “Um absurdo impedirem o homossexual de doar sangue. Quando chegamos para doar sangue informam que não podemos, sendo que a AIDS não é uma doença exclusiva de gays. Pergunto-me porque não proíbem o hetero de doar sangue. Esse preconceito precisa acabar”, comentou.
Andrea Uchoa também fala na representatividade política e na importância de cada cidadão buscar informações sobre o representante antes de entregar o voto. “Eu já vi homossexuais defendendo políticos homofóbicos. Muitos não se informam sobre tudo o que defende um político antes de apoiá-lo. E este papel é fundamental para o cidadão”, declarou.
A conselheira do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Cristina Lopes, também fez uma fala na audiência. “A sexualidade não diz quem é a pessoa e o seu caráter. Nós temos que lutar contra esse preconceito. E eu digo a todos os gays para lutarem pelos seus direitos que estão garantidos na constituição”, diz.
A Comissão de Assuntos Relevantes em Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal foi criada no dia 07 de fevereiro de 2017 e tem como presidente o vereador Willian Souza (PT), como relator o vereador Marcio Brianes (PCdoB) e como membros os vereadores Tião Correa (PTB), Rudinei Lobo (PRB) e Josué Cardozo (SD). Também participaram da reunião os vereadores Dudu Lima (PPS), Fininho (PSD), Hélio Silva (PPS), João Maioral (PDT) e Ulisses Gomes (PT).
 




Publicado em: 09 de junho de 2017