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Em Nova Veneza, CPI descobre mais um processo movido contra a Odebrecht

Em Nova Veneza, CPI descobre mais um processo movido contra a Odebrecht
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Na noite desta segunda-feira (24), os moradores da região de Nova Veneza reuniram-se na EMEF Antonieta Cia Viel para avaliar os serviços de água e esgoto prestados pela Odebrecht Ambiental em Sumaré. Foi a terceira audiência promovida pelos vereadores membros da CEI (Comissão Especial de Inquérito) aberta para investigar o contrato da concessionária com a prefeitura.
Durante o evento, os parlamentares informaram que o ex-executivo da Odebrecht que delatou a ex-prefeita Cristina Carrara confirmou presença e será ouvido no dia 10 de maio, às 10 horas, na Câmara Municipal. Também aprovaram a data desta quinta-feira (27) para realizar a oitiva com o ex-secretário de Transparência e Controle Interno, João Moreira.
A CEI é formada pelo presidente, vereador Willian Souza (PT), o relator Josué Cardozo (SD), e os membros Rudinei Lobo (PRB), Tião Correa (PTB) e Marcio Brianes (PCdoB). Também estiveram em Nova Veneza os vereadores Dudu Lima (PPS) e Ulisses Gomes (PT).
Clóvis é morador da região e conta que os transtornos causados pelos serviços da Odebrecht o levaram a tomar uma decisão. “Fui até o Ministério Público e fiz a minha denúncia. Eles responderam e não resolveram. Falei para o promotor que queria continuar com o processo”, revelou.
A CEI vai solicitar ao MP cópia do processo movido por Clóvis para constar nos autos do processo e fazer parte do relatório final, que será elaborado ao término das investigações.
Outro a tomar a palavra foi o professor Edson Rocha Peres. Segundo ele, se não fosse a concessão dos serviços de saneamento, o município já teria rede coletora de esgoto do Parque da Amizade, Virgílio Viel e Jatobá, bairros da região de Nova Veneza. “Infelizmente, com a concessão para a Odebrecht, a grande perda foi as duas estações de tratamento de esgoto. E outro fato que me assusta é o alto valor da taxa de religação”, desabafou Peres.
O morador William Ricardo apresentou fotos em seu celular de um buraco grande na rua onde mora. Já Emílio, contou o problema que teve com a empresa. “Tenho uma casa de aluguel e os últimos inquilinos deixaram uma dívida que agora eu tenho de pagar. E mesmo com a casa vazia há seis meses, estou tendo de pagar todos os meses o valor mínimo da tarifa de água”, disse.
Outro problema relatado pelos moradores é a troca do hidrômetro sem prévia autorização. Dalva conta que flagrou os funcionários da concessionária entrando sem permissão em sua residência para realizar o serviço.
Edson reclama do serviço de tapa buraco, que considera ineficiente. “Os funcionários fazem o serviço na rua e quando vão fechar o buraco que foi aberto o serviço é de muito baixa qualidade. Fecha uma, duas, três vezes e o buraco continua reabrindo. A empresa que tapa buraco é muito ruim”.
Giovani reclamou das tarifas que considera abusivas e do atendimento ao cliente. “O atendimento é muito diferente de quando era o DAE (Departamento de Água e Esgoto) que era baseado na proximidade e agora é bem distante”, se queixou.
José Pedroni trouxe uma informação nova. “Eu estou pagando a conta do mês e quando chego em casa já tem foi entregue a conta do mês seguinte. Como pode isso se eu ainda nem usei?”, questionou.
Ana Cléia Meneguetti diz que falta humanização na prestação dos serviços da concessionária. “Eu acredito que com os serviços da Odebrecht não contam com a humanização. Essa empresa visa o lucro. Acredito que existem muitos sumareenses pagando religação porque não dão conta de pagar e eles não estão nem um pouco preocupados, não negociam, não dão sequer um tempo”, comentou.
A quarta audiência pública da CPI da Odebrecht será realizada na Escola Profª Neusa de Souza Campos, região administrativa do Picerno, no dia 04 de maio, a partir das 19 horas.




Publicado em: 24 de abril de 2017