Após a audiência pública realizada na noite de ontem (19) na Câmara de Sumaré, a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) aceitou voltar à mesa de negociação com os trabalhadores da Flaskô para tratar sobre o religamento da energia da fábrica, cortada desde o último dia 30.
O encontro deve ocorrer na próxima segunda-feira (24), às 16h, na sede da empresa, em Campinas, e foi confirmado pelo gerente de relacionamento da CPFL, Devanir Mantoani Júnior. A mediação foi promovida pela Comissão de Assuntos Relevantes em Defesa dos Direitos Humanos.
Além dos trabalhadores e representantes da CPFL, estarão presentes na nova reunião de negociação os vereadores Willian Souza (PT), Rudinei Lobo (PRB), Marcio Brianes (PCdoB), Sebastião Correa (PTB) e Josué Cardozo (SDD), membros da Comissão, o vereador Ulisses Gomes (PT), que participou da audiência desta quarta-feira, e parlamentares de Campinas.
“A audiência foi um sucesso e seu resultado significou uma vitória para os trabalhadores, porque demonstrou mais uma vez que a Flaskô é uma questão de caráter social, pelo compromisso que tem com a cidade”, comemorou o coordenador do Conselho de Fábrica, Pedro Além Santinho, que torce para que a energia seja religada já na segunda-feira. “Estamos com a produção parada e não podemos perder mais nenhum dia. Essa atividade na Câmara com a presença dos vereadores e vários movimentos sociais fez com que a CPFL cedesse e mostrasse disposição para negociar novamente”, finalizou Santinho.
O presidente da Comissão, vereador Willian Souza, também comemorou o resultado da audiência e ressaltou o papel da Comissão na mediação do conflito. “Este trabalho se mostrou importante como ferramenta de diálogo entre os envolvidos e, num espaço institucional com o peso da Câmara, ficamos satisfeitos com os encaminhamentos. Os trabalhadores expuseram os problemas que o corte de energia acarreta para a fábrica, e a CPFL se comprometeu a negociar”, disse o parlamentar.
De acordo com a empresa de energia, a dívida imediata da Flaskô é de R$ 650 mil, e o restante cobrado pela concessionária, estipulado em R$ 1,6 milhão, é fruto do parcelamento da dívida. Os trabalhadores querem o religamento da energia porque, segundo eles, só com o funcionamento da fábrica é que poderão dar continuidade aos pagamentos e aos acordos firmados com a CPFL.
A Fábrica Ocupada Flaskô produz bombonas plásticas e é a única fábrica ocupada do Brasil, produzindo sob controle operário há 14 anos. No terreno da Flaskô foi iniciada uma ocupação de moradia em 2005, dando origem a Vila Operária e Popular, onde hoje vivem cerca de 560 famílias.
Publicado em: 24 de abril de 2017