Notícias

Notícias da Câmara



CEI da Odebrecht ouve depoimento de alto escalão do governo anterior

CEI da Odebrecht ouve depoimento de alto escalão do governo anterior
Visualize fotos

Na tarde desta sexta-feira, dia 17 de março, prestaram depoimento na Câmara Municipal de Sumaré o ex-chefe de gabinete do governo anterior, João Alberghini Sobrinho, e o ex-gerente de projetos estratégicos Valmir Ferreira que foi presidente do DAE (Departamento de Água e Esgoto) antes da concessão e também secretário de comunicação do governo que administrou Sumaré de 2013 a 2016.
A CEI (Comissão Especial de Inquérito) foi instaurada para investigar eventuais inexecuções do contrato de concessão dos serviços de saneamento básico entre a prefeitura de Sumaré e a empresa Odebrecht Ambiental, concessionária de água e esgoto na cidade. E também para apurar o termo de anuência concedido na gestão anterior à mudança do controle acionário da empresa Odebrecht, que foi vendida à Brokfield Asset Management.
A oitiva foi iniciada com perguntas referentes ao termo de anuência. Valmir Ferreira disse à Comissão não ter conhecimento do documento antes da sua publicação. Descartou a possibilidade de participação sua no parecer, pois considera ser de competência jurídica avaliação sobre o procedimento. “Eu não tinha conhecimento do termo antes da sua publicação no Semanário Oficial. E entendo que o parecer é jurídico. Portanto, de responsabilidade da procuradoria geral do município”, disse Valmir.
Diante à negação de conhecimento do termo antes da sua publicação, o presidente da CEI, vereador Willian Souza (PT), apresentou um documento com data de 23 de dezembro com a assinatura de Valmir, no qual era tratado sobre o termo. A publicação no Semanário Oficial de Sumaré foi realizada no dia 29 de dezembro. Diante deste fato, Valmir alega não lembrar-se de ter assinado esse documento.
O ex-chefe de governo também negou ter conhecimento do termo de anuência antes da sua publicação no Semanário Oficial. Relatou que as publicações não eram passadas por ele, a não ser em casos específicos de sua competência ou quando necessário. Alberghini explicou que as secretarias encaminhavam suas portarias, editais e afins diretamente para a secretaria de comunicação, responsável pela produção do semanário oficial.
Willian Souza perguntou se os únicos responsáveis e conhecedores do termo de anuência eram a prefeita Cristina Carrara e o ex-procurador geral Felipe Sarinho. Alberghini não confirmou e reafirmou não ter participação alguma nesse procedimento. Valmir confirmou que os dois foram os únicos responsáveis.
A segunda fase da oitiva foi com perguntas referentes a inexecução do contrato pela Odebrecht. Os vereadores da Comissão apresentaram diversas situações e fizeram seus questionamentos que foram direcionados, na maioria das vezes, a Valmir Ferreira por ter sido gestor do contrato e presidente do CONRECO (Conselho Municipal de Regulação e Controle Social do Município de Sumaré). O conselho foi criado com a finalidade de atuar como órgão consultivo na fiscalização da prestação dos serviços de saneamento básico do Município, e como órgão auxiliar da Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiái (ARES-PCJ).
Diante dos questionamentos de buracos abertos, estações de tratamento abandonadas, entre outros, Valmir explicou que o conselho tem caráter consultivo e não cabia-lhe multar a concessionária Odebrecht e que também não cabia à prefeitura solicitar à ARES-PCJ aplicação de multa. “A ARES fiscalizava in loco e tomava os procedimentos necessários até chegar a aplicação de uma multa”, comentou Valmir.
Valmir Ferreira comentou que a decisão de concessão era uma das opções de um Plano de Saneamento que o município de Sumaré precisava cumprir. E que os investimentos necessários para atingir a meta do plano não seriam possíveis sem a outorga. Como presidente do CONRECO, informou que acompanhava o contrato, os trabalhos da concessionária e fiscalizava o que era encaminhado para a agência reguladora.
A oitiva durou quase três horas na tarde desta sexta-feira. Ao final, o presidente Willian informou que serão realizadas audiências publicas em seis regiões diferentes de Sumaré para ouvir a população a respeito dos trabalhos da Odebrecht e a primeira reunião será no dia 30 de março. Além das audiências, a Comissão votou por uma reunião secreta na próxima quarta-feira, dia 22 de março, para deliberações e encaminhamentos.
A instalação da Comissão foi realizada no dia 23 de fevereiro e é formada pelo presidente, Willian Souza (PT), relator Josué Cardozo (SD), e membros Rudinei Lobo (PRB), Tião Correa (PTB) e Marcio Brianes (PCdoB). 




Publicado em: 20 de março de 2017