A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara de Sumaré que apura o contrato da prefeitura com a empresa Pró-Saúde realizou na tarde desta quinta-feira, dia 09 de março, oitiva para ouvir três informantes das 14h30min às 16h30min no plenário do Poder Legislativo.
Constituída na sessão do dia 07 de fevereiro, a comissão é composta pelos vereadores Décio Marmirolli (PSB) como presidente, Marcio Brianes (PCdoB) como relator e como membros Valdir de Oliveira (DEM), João Maioral (PDT) e Prof. Edinho (REDE).
Os três convocados compareceram à oitiva, o atual presidente do Conselho Municipal de Saúde Lauro Quedas, o presidente anterior José Luiz Crepaldi e a enfermeira Luciane Aparecida Alves da Cunha, nomeada interventora do contrato no final do mês de janeiro por 180 dias.
Crepaldi também foi secretário de saúde nos últimos três meses do ano passado e afirmou à Comissão que teve problema com a Pró-Saúde e devolveu nota fiscal para correção duas vezes e, devido a insistência da empresa em recusar fazer a devida correção ele foi obrigado a glosar.
“O Conselho Municipal de Saúde não teve participação de voto ou decisão quando a prefeitura decidiu contratar a Organização Social Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar – entidade responsável pela operacionalização da gestão e execução das atividades e serviços complementares de saúde desenvolvidos na UPA 24 Horas (Unidade de Pronto Atendimento) e PA Matão 24 Horas (Pronto Atendimento)”, comentou Crepaldi.
José Luiz Crepaldi também respondeu aos questionamentos dos vereadores da Comissão afirmando que os responsáveis da empresa em Sumaré seriam todos de uma mesma família. “Eles (a empresa) formam um grupo bem fechado de parentes. O gerente de uma unidade é genro do diretor, por exemplo”, respondeu em oitiva.
Lauro Quedas relatou ter causado estranheza o fato, que chegou ao seu conhecimento, de que, no momento da renovação do contrato, a então secretária de Saúde de Sumaré, Fauzia Abou Abbas Raiza, teria ido até São Paulo assinar o contrato. “Me estranha o fato da empresa não ter vindo para Sumaré, uma vez que o interesse é dela”, comentou.
Luciane declarou que há uma desorganização muito grande que dificulta o trabalho da intervenção em buscar colocar tudo em ordem na cidade de Sumaré e afirma que a auditoria feita até então era uma auditoria superficial. “Até o ano passado o médico é quem passava o horário que tinha trabalhado para receber. E ninguém conferia ou acompanhava. E hoje estamos obrigando todos a cumprir o horário estabelecido para o qual foram contratados. Se eles fizeram acordos com a Pró-Saúde nós não estamos assumindo nenhum”, comentou a interventora.
Com as auditorias que estão sendo realizadas, a interventora Luciane afirma que identificou serviços não prestados que poderia gerar uma economia de aproximadamente 20%. Outra denúncia apresentada por Crepaldi aponta quatro funcionários que recebem, mas não estão no quadro.
Outros questionamentos foram realizados pelos vereadores da CEI e também de outros vereadores que participaram da oitiva como o presidente da Câmara Municipal, Joel Cardoso da Luz (SD) e os vereadores Willian Souza (PT), Rudinei Lobo (PRB), Tião Correa (PRB), Ronaldo Mendes (PSDB) e Fininho (PSD).
A CEI irá se reunir todo o material do depoimento para definir os próximos passos da investigação e quem mais deverá ser convocado para prestar depoimento.
Publicado em: 17 de março de 2017