A Câmara Municipal de Sumaré realizou Audiência Pública para avaliar a situação das unidades de pronto-atendimento da cidade de Sumaré, em razão do possível descumprimento das cláusulas contratuais da Organização Social Pró-Saúde com o Município. A discussão que faz parte das atribuições da Comissão Permanente de Saúde aconteceu na noite desta terça-feira, dia 17 de janeiro, no prédio do Legislativo Sumareense.
Os médicos das unidades de pronto-atendimento da UPA Macarenko e UPA Matão estariam sem receber há pelo menos quatro meses e muitos materiais essenciais para os procedimentos médicos estariam em falta. “A classe médica tem toda a nossa solidariedade, mas a responsabilidade direta pelo pagamento dos salários desses profissionais é da Pró-Saúde, que recebeu ao longo de 2016 mais de 33 milhões de reais”, afirmou o vereador Willian Souza, vice-presidente da Comissão.
“Os médicos estão trabalhando sem salários, mas não têm também insumos, ou seja, a população está à sorte. Não estou defendendo lado, o que estou pleiteando é o que vai ser feito. Se não tiver uma solução amigável, vou tomar medidas judiciais para resolver a situação”, disse a promotora de justiça do Ministério Público, Luciane Lo Ré.
O presidente do Sindimed, Casemiro Reis, esteve presente na audiência e disse que a situação do Município é alarmante. “Estamos no final da segunda década do século XXI e Sumaré apresenta um nível de saúde do século XIX. Estive na UPA e o cenário de desabastecimento é total, falta luva, álcool, não tem como higienizar o paciente. A Prefeitura precisa retomar para si essa responsabilidade. Os médicos têm demonstrado extrema sensibilidade com a população, que é a maior vítima, em segundo lugar vem os médicos e funcionários que estão sem salários”, disse o representante da categoria.
“Estamos há 4 meses trabalhando sem receber e precisamos desse salário para compor a renda de nossa família. A situação ainda é agravada pela falta de insumos. Precisamos de retaguarda para desempenhar adequadamente nossas funções. A porta vermelha da UPA nunca foi fechada. Nós cumprimos nossa parte, queremos saber quem vai cumprir a outra”, questionou a médica Márcia Machado, que participou da audiência pública representando os médicos da Pró-Saúde.
O prefeito Luiz Dalben e o procurador geral do Município, Arlei Mapelli, afirmaram que medidas emergenciais devem ser anunciadas já nos próximos dias. Os secretários Welington Domingos Pereira (Governo e Participação Cidadã) e Carlos Eduardo Vicente (Saúde) também estiveram presentes.
A audiência foi presidida pelo vereador Prof. Edinho (REDE) que é o presidente da Comissão composta pelo vice-presidente vereador Willian Souza (PT) e secretário vereador Dr. Sérgio Rosa (PDT).
A mesa de autoridades foi composta pela promotora de justiça do Ministério Público, Luciane Lo Ré, o procurador jurídico do município, dr. Arlei Mapelli, o presidente do Sindimed (Sindicato dos Médicos), Casemiro Reis, e a médica Márcia Machado como representante dos médicos da UPA.
Participaram da audiência o presidente da Câmara Municipal vereador Joel Cardoso da Luz, o vice-presidente vereador Fininho (PSD), os vereadores Décio Marmirolli (PSB), Dudu Lima (PPS), Edgardo Cabral (PRB) Hélio Silva (PPS), João Maioral (PDT), Josué Cardozo (SD), Marcio Brianes (PCdoB), Nei do Gás (PV), Rubens Champam (PSDB), Tião Correa (PTB), Ulisses Gomes (PT) e Valdir de Oliveira (DEM).
Também estiveram presentes os secretários municipais de Governo, Welington Domingos Pereira, e de Saúde, Carlos Eduardo Vicente, o atual presidente do conselho municipal de saúde Lauro Quedas e o ex-presidente José Luiz Crepaldi que também foi secretário de Saúde nos últimos meses do governo anterior. Além da população que lotou o plenário e assistiu também pelo lado de fora da Câmara Municipal, local onde foi transmitida a audiência em tempo real em um telão colocado no estacionamento.
Publicado em: 19 de janeiro de 2017